A presidente Dilma não tem ingerência direta sobre os bancos privados, mas estão sob o seu poder os dois principais brancos brasileiros: o Banco do Brasil e a Caixa. Dilma não pode impor aos bancos privados a redução em suas extorsivas taxas de juros, mas pode determinar que os bancos públicos acima citados reduzam drasticamente os juros praticados com vistas a que, pelas leis da concorrência, os demais bancos, que há anos contabilizam lucros fantásticos, se deparassem com a necessidade imperiosa de reduzir seus juros, sob pena de perder clientes e espaço no mercado de crédito. Dilma vem tendo a virtude de “comprar brigas” que seus antecessores se furtaram a enfrentar, e esta postura com os bancos é uma delas. Os poderosos bancos privados brasileiros sempre lucraram em com a omissão dos presidentes anteriores, que eram coniventes com as práticas abusivas, sobretudo na estipulação dos juros aplicáveis. Ao assim proceder, a presidente age dentro da legalidade e segundo as normas do mercado, não restando aos bancos privados outra saída que não a de baixar seus juros outrora irreais. Palmas para a presidente.
Publicado com o título "Palmas para a presidente" no Correio de Uberlândia, em 22.05.2012.
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