Páginas

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

A emancipação do Triângulo Mineiro

Não há dúvidas de que a criação do estado do Triângulo Mineiro é jurídica, política e economicamente viável.

Nossos deputados constituintes, atentos à possível necessidade histórica de criação de novos estados no âmbito da federação brasileira, colocaram no Texto Constitucional de 1988 o Art. 18, Parágrafo 3º, o qual submete a criação de novos estados à manifestação da vontade popular, mediante plebiscito, e à aprovação de uma lei complementar, pelo Congresso Nacional.

Seguramente, um plebiscito realizado nos municípios da área territorial do futuro estado do Triângulo Mineiro não teria menos de noventa por cento de aprovação à criação da nova unidade federativa, dada a incontestável receptividade e simpatia do povo triangulino ao projeto.

Igualmente, o estado do Triângulo Mineiro teria plenas condições de se manter e se estruturar, eis que esta é uma das regiões mais ricas e de maior e mais consistente progresso econômico do país, seja na área industrial, seja no setor da agropecuária.

Cabe, então, um singelo questionamento: se o altivo povo do Triângulo deseja um estado próprio, se a Constituição Federal admite tal emancipação e se a região é estruturada economicamente, o que falta para o Estado do Triângulo converter-se numa realidade?

A nosso modesto sentir, falta engajamento político das lideranças triangulinas, as quais hoje não ostentam o mesmo espírito altivo, independente e combativo de outrora, preferindo manter uma relação quase de subordinação ao governo estadual, a quem interessa a manutenção do Triângulo sob os domínios mineiros.

Se à época da Assembleia Constituinte a atuação de políticos da região por muito pouco não resultou na criação do estado do Triângulo, nos dias de hoje, o que vemos é uma absoluta passividade e comodidade das autoridades políticas do Triângulo Mineiro, que têm preferido a sujeição ao poder central de BH à luta emancipacionista. A criação do estado triangulino a muitos desagrada, porém somente nos emanciparemos se enfrentarmos com vigor as autoridades que forem contrárias, ainda que entre elas esteja o governador do estado de Minas Gerais.

Não se trata de nutrir uma aversão ou rivalidade com estado de Minas Gerais, cuja cultura e história sempre hão de ser louvadas e respeitadas, mas apenas de se reconhecer a força e o potencial econômico das cidades da Região do Triângulo, bem como a sua distinta identidade histórica, a qual não teve a mesma formação do restante do Estado. Tal reconhecimento somente se concretizará com a criação do estado triangulino, ocasião em que o povo de nossa região poderá deliberar sobre seus interesses, objetivos e anseios.

O povo do Triângulo é maduro e empreendedor o suficiente para desejar o poder de se governar e determinar seus destinos. Imagino que ainda nos é dado sonhar com um autônomo e progressista estado do Triângulo Mineiro. Quem viver verá!

Publicado no Jornal da Manhã, de Uberaba, de 25.11.2010.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Triângulo Mineiro


Sábias e pertinentes as palavras do jornalista Antônio Pereira da Silva em seu artigo “Estado do Triângulo”. Pode observar o nobre escriba que uma simples partida de futebol é suficiente para evidenciar as enormes e históricas diferenças entre nós triangulinos e nossos queridos vizinhos, os mineiros. Faria apenas uma ponderação, penso não sermos mais paulistas que mineiros.

Em verdade, o povo do Triângulo, a meu ver, resultou de uma miscigenação de pessoas vindas de distintas origens, especialmente, de São Paulo e Goiás e de outras regiões das Minas Gerais. Tenho profundo respeito pela cultura mineira e pelo vizinho Estado de Minas Gerais, mas, sinceramente, ainda desejo ver a identidade triangulina respeitada e isto só ocorrerá com nossa emancipação e a criação de um novo Estado.

Publicado no jornal "Correio de Uberlândia", de 18.11.2010.

Ingratidão

Lamentáveis as manifestações do treinador do Cruzeiro após a derrota para o São Paulo. Atribuir a vitória do tricolor paulista ao apoio que aquela equipe teve de sua torcida, teoricamente em maior número no Parque do Sabiá, é algo risível. Devemos lembrar que contra o Atlético Mineiro só havia cruzeirenses no estádio e, mesmo assim, por pouco não levaram uma goleada histórica.

Outrossim, em Sete Lagoas, para onde o técnico Cuca deseja levar seu time, o Cruzeiro foi derrotado no mesmo Brasileirão por 1x0. Enquanto a Raposa vinha ganhando pelo placar mínimo parecia haver uma lua de mel entre o clube e a cidade de Uberlândia. Bastaram duas derrotas para o torcedor uberlandense de apoiador ser considerando o grande culpado pela crise cruzeirense. Talvez seja a hora de o Cruzeiro se despedir de Uberlândia.

Artigo publicado no jornal "Correio de Uberlândia", de 11.11.2010.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Sucesso garantido

Tenho lido com atenção os comentários do preclaro Ivan Santos acerca da eleição da Sra. Dilma Rousseff e, com a devida vênia, não posso concordar com a alcunha de "poste", atribuída pelo jornalista à futura presidente. Nesta eleição foram violentos os ataques à candidata Dilma, perpetrados anonimamente por opositores que se valeram, sobretudo, da Internet para macular sua imagem e pintar com as cores do ódio seu passado de militante de esquerda.

Dilma superou todas estas vicissitudes e com uma grande vantagem ascendeu ao posto político mais alto do Brasil, deixando para trás um candidato de passado respeitado, mas que representa uma ideologia falida, cujo retorno ao poder o povo não mais admite.

Não acredito ser adequado depreciar a pessoa da nova presidente, pelo simples fato de ter sido apoiada com grande afinco pelo presidente Lula e ter neste apoio uma das razões de sua vitória. Dilma terá confortável maioria na Câmara e no Senado, administra um país que está entre os que mais crescem no mundo e trabalha há mais de cinco anos na antessala do presidente Lula, ou seja, sabe muito bem os princípios que nortearam a retomada do desenvolvimento deste país, depois de anos de governo FHC, onde não nos era dado esperar muito do futuro do Brasil. Os críticos podem torcer contra, mas o sucesso de Dilma e do Brasil está garantido.

Em termos de carisma Dilma não chega aos pés de Lula, mas tecnicamente, é muito superior. Maior prova disto é que chegou ao governo para administrar a complexa pasta das Minas e Energia, cuja péssima condução na era FHC provocou o apagão de 2001, e administrou tão bem este setor que hoje o Brasil tem uma matriz energética que tem suportado com sucesso o progresso econômico do país.

Não faltarão críticos da Sra. Dilma, os quais egoisticamente torcerão pelo seu fracasso, entretanto hoje vivemos em um país que retomou o caminho do progresso. Torcemos muito pelo sucesso de Dilma, pois só ele poderá sufocar o pranto dos saudosistas do neoliberalismo de FHC.

Publicado no jornal "Correio de Uberlândia" de 06.11.2010.