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terça-feira, 28 de dezembro de 2010

E lá se foi uma década!

A primeira década do século XXI está se findando.

Ao espocarem os fogos dos festejos da passagem do ano estaremos iniciando a segunda década deste século de avanços, incertezas e medos.

Os eventos que pontuaram os primeiros dez anos do século do século XXI foram bem sintomáticos do que poderemos vivenciar no desenrolar das décadas futuras.  

Muitos historiadores não titubeiam em afirmar que esta década, e o próprio século XXI, tiveram seu marco inicial no fatídico 11 de setembro de 2.001. Apesar de não concordar muito com a escolha de um episódio tão triste e lastimável para se pontuar o início de uma nova era, certo é que a paz pouco se fez presente no planeta durante esta década. Os palestinos e judeus continuam sem se entender, as Coreias teimam em colocar todo o planeta em alerta, ante a iminência um confronto nuclear, o Irã segue sua escalada de ódio, os americanos permanecem acreditando que bombas podem trazer paz.

No plano econômico, a crise financeira desencadeada pela iminente bancarrota de empresas e bancos americanos em 2.008 nos remeteram aos episódios da Queda da Bolsa de Nova Iorque em 1.929 e demonstraram a eterna fragilidade e a instabilidade do sistema capitalista, cujo colapso pode jogar milhões na miséria. 

No plano das relaçãos humanas nesta década que se finda a Internet e a proliferação das redes sociais trouxeram a falsa sensação de aproximação das pessoas, maquiando a solidão e o distanciamento que cada vez mais tem pautado a existência humana, especialmente nas nações mais desenvolvidas e nos grandes centros urbanos.

Por fim, mais preocupante que os conflitos armados e as instabilidades do sistema financeiro internacional são as questões climáticas que, embora sempre em voga, atingiram nesta década um grau de preocupação que vem mesmo a colocar em dúvida a sobrevivência humana na terra num futuro não muito distante. Pena é observar que as nações desenvolvidas continuam ignorando os problemas climáticos, relutando em não adotar medidas para conter o agravamento da situação.

Enfim, certo é que não há muito a se comemorar ao fim desta primeira década do século XXI e ao que parece a humanidade reluta em não renunciar ao seu caminho visivelmente autodestrutivo.

Estranho é observar que mesmo progredindo tecnologica e cientificamente a humanidade vê a paz, o amor e a felicidade como valores sempre distantes ou, quando obtidos, em risco permanente.

Entretanto, sempre que uma nova década se inicia devemos nos municiar de alegria e esperança. Deus presenteou o ser humano com grande conhecimento, e alguma sabedoria. Que nesta década que se inicia ouçamos pelo menos um pouco esta última, pois com sabedoria talvez possamos trilhar um futuro melhor.

Publicado no "Jornal da Manhã", de Uberaba/MG, de 03.01.2011 e no "Correio de Uberlândia", de 10.01.2011.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Censo 2010

Interessante como um censo, que basicamente se destina a colher dados demográficos para orientar as ações governamentais, pode provocar tanta polêmica em nossa cidade, como o Censo 2010, cujos dados o IBGE recente divulgou. Inicialmente, quando da divulgação da prévia da pesquisa, a qual indicava uma população ao redor de 570 mil habitantes, não foram poucos os que criticaram o censo, ao argumento de que era um "absurdo" a nossa cidade não ter pelo menos 700 mil pessoas. Num segundo momento, quando da divulgação dos resultados oficiais, muitos lamentaram a "perda" de nossa condição de segunda maior cidade de Minas, e de segunda maior cidade de interior do Brasil. Pessoalmente, fiquei muito satisfeito com o resultado do Censo 2010, e torço para que o censo da próxima década aponte um menor crescimento populacional para nossa cidade, pois é fato que quanto maiores se tornam as cidades, pior é a qualidade de vida experimentada pelos munícipes.

Publicado no jornal "Correio de Uberlândia", de 10.12.2010.