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quinta-feira, 11 de novembro de 2021

Moro candidato

Não causou surpresa alguma a filiação do Sr. Sérgio Moro ao Podemos, assim como não será espantoso se o ex-juiz federal se lançar como candidato à presidência da República.

Ainda juiz federal o Sr. Moro já demonstrou seu deslumbramento com os holofotes e à medida que a grande mídia principiava o culto à pessoa do magistrado seu ego começava a se inflar e aquela figura, alçada ao posto de salvador da moral nacional, por óbvio haveria de ter uma chance de disputar o cargo máximo do Executivo Nacional.

A atuação política de Moro vem de longa data. Ao que tudo indica o ainda juiz Moro permitiu habilmente vazamentos que influenciaram na vida política nacional, destacando-se o vazamento de uma gravação entre os ex-presidentes Lula e Dilma, e de uma delação, frágil, de Antonio Palocci, isso dias antes da eleição de 2.018.

Moro, pode mentir para si mesmo ao dizer que não fazia política, mas é fato que quem analisa seu comportamento nos últimos anos, com ou sem a toga, compreende seus propósitos pessoais.

Quem ouviu seu discurso de filiação ao Podemos nota que ele não faz mea culpa quanto à sua reprovável conduta de aproximar-se da acusação a tal ponto de orientar os nobres Procuradores do MPF sobre como agir em determinadas circunstâncias processuais.

Moro não falha, é perfeito. Nunca erra, por isso não pede desculpas!

Seu discurso de filiação ao Podemos (e todo o clima que o cercou!) foi frio e artificial. Vazio e repleto de queixumes encontradiços em qualquer debate superficial sobre política que travamos em qualquer banco de praça conversando com algum desconhecido. Aponta para os problemas nacionais que qualquer sujeito razoavelmente instruído tem conhecimento, mas não aponta ou indica projeto concreto para qualquer avanço. Sua “longa” trajetória no Executivo (um ano e quatro meses!) talvez explique a vacuidade de suas ideias iniciais.

Em certo momento de seu discurso de filiação ele brada: “eu sonhava que o sistema político iria se corrigir, após a Lava Jato”. Esta pérola do Sr. Moro evidencia sua desconexão com a realidade e com o mundo, e sobreleva sua megalomania e seu egocentrismo.

Moro não decolará politicamente. Já começará o seu projeto político com elevada rejeição.

Em 2022 teremos uma eleição polarizada Lula x Bolsonaro. Moro amealhará votos entre os antipetismo e antibolsonarismo, mas não será figura relevante nas próximas eleições.

Para o bem do Brasil, seria muito bom que Moro repensasse seu projeto político. Sua figura, com a devida vênia, não agrega nada à política nacional.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

Moro e Dallagnol

Os diálogos travados por aplicativo de mensagem pelo ex-juiz federal Sr. Sérgio Moro, o qual julgava as ações penais desencadeadas no bojo da operação Lava Jato, e o então procurador que presidia a Força Tarefa, Sr. Deltan Dallagnol, são dignos de causar enjoo até mesmo em quem não milita na seara forense.

Absurda e imperdoável a proximidade entre o magistrado e o acusador os quais, ao que tudo indica, trabalharam conjuntamente sobretudo no encalço do ex-presidente Lula.

Juiz sem imparcialidade envergonha o Judiciário, macula todos os processos que julga e coloca-os sob o risco de anulação completa.

Quem critica a proximidade de Moro e Dallagnol tem sido apedrejado por muitos, sob o argumento de que é defensor de criminoso. Mas é preciso não deixar passar sem a aprofundada análise esta situação lamentável promovida pelo juiz e pelo famoso representante do MPF.

Os corruptos investigados durante a Operação Lava Jato devem ser punidos severamente, mas que esta punição nasça de um julgador imparcial. Sem imparcialidade não há Justiça!

Estranha-nos, no entanto, o fato de que até agora nenhum procedimento tenha sido instaurado para investigar as condutas de Moro e Dallagnol.

Quanto mais se analisam os diálogos, mais estupefatos ficamos.