A sucessão dos ministros do Supremo Tribunal Federal sempre toma conta dos noticiários jurídicos e mesmo na mídia comum na época de sua ocorrência.
O ministro Celso de Mello, decano
da corte, se aposentará em meados de outubro, antecipando-se à aposentadoria
compulsória e seguindo a linha um tanto quanto repetitiva e pouco original de
outros debates sobre o tema assistimos pulular teses sobre os prós e contras
deste ou daquele nome, sobre as imperfeições do método de escolha dos novos
ministros, sobre as ideologias e bandeiras que deverá ostentar o escolhido etc.
Pondo termo a alguns debates
sobre o assunto o presidente Bolsonaro indicou o desembargador federal Kassio Nunes
ao STF. Oriundo da advocacia e erigido ao TRF-1 pelo quinto constitucional o
nome de Nunes foi recebido com alguma surpresa nos meios jurídico e político.
Mas não objetivamos falar sobre o
eleito, ao qual desejamos sorte.
Embora seja mais fácil escrever
sobre o presidente em tom de crítica, dada a suas ações quase irracionais,
temos que no caso das polêmicas atinentes ao provimento das vagas no STF o
presidente há de ser respeitado em suas escolhas, ainda que algum aspecto
ideológico tenha sido levado em conta na conduta profissional do indicado.
Pessoas tem opiniões jurídicas e
políticas e se a forma de pensar do indicado amolda-se ao que preconiza o
presidente é direito seu sugerir o nome. Conservador ou progressista,
evangélico, católico, de outra religião ou mesmo sem religião, o fato é que o
escolhido tem seus sentimentos e ao se ver investido da competência judicante
na mais alta corte da nação não abandonará sua ideologia, suas vivências e seus
princípios, os quais o influenciarão na árdua tarefa de interpretar a
Constituição.