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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Descompromisso

A ascensão a um cargo no Legislativo é motivo de honra e especialmente de gratidão para o candidato eleito, o qual deve esforçar-se ao máximo para atender às expectativas e aos anseios daqueles que nele confiaram e depositaram a esperança de boas ações e projetos por parte daquele.

Causa estranheza, e muita decepção, a atitude de parlamentares que, investidos de um mandato no legislativo, não titubeiam em dar as costas ao mesmo para assumir outros cargos, normalmente no poder executivo.

Virou prática comum a de deputados, senadores e até vereadores abdicarem, pelo menos temporariamente, de seus mandatos no legislativo para, traindo a confiança e esperança de seus eleitores, e pensando muitas vezes em seu próprio benefício, assumir secretarias e outros cargos diversos.

Este descompromisso absoluto com o eleitorado evidencia a total falta de princípios éticos e a inexistência de um projeto parlamentar consistente e sério, o qual sucumbe ao primeiro convite para deixar a casa de leis que ocupa.

Quando votamos para um vereador ou deputado estamos a escolher um membro para nos representar no Legislativo. Quando eleito, se o outrora candidato licencia-se da casa para assumir cargos no executivo, perdemos automaticamente nosso representante. Candidato que assim age nada mais merece que o esquecimento, no próximo pleito.

Antes de migrar do Legislativo para o Executivo deveria o parlamentar pensar um pouco nos eleitores que estaria representando. Mas, no país do oportunismo e do carreirismo político, esperar um comportamento assim seria grande ingenuidade.

Publicado no Correio de Uberlândia, de 13.02.2011.