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segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Cicloturismo na Serra da Canastra


A Serra da Canastra é uma das mais belas e impressionantes paisagens naturais do estado de Minas Gerais.

Localizada a Sudoeste de MG, há poucos quilômetros da fronteira com o estado de São Paulo, a Canastra, com sua topografia desafiadora, é um verdadeiro convite ao ciclismo de aventura.

Foi este o cenário que o Grupo Trilheiro de Uberlândia escolheu para desbravar, em julho de 2.007, numa expedição de cicloturismo dedicada a visitar a exuberante cachoeira Casca D`Anta, bem como a contemplar as belezas naturais do “teto de Minas”.

Primeiro dia – Saída de São João Batista, rumo à Casca D´Anta:

O primeiro dia da viagem tinha por objetivo conhecer o “cartão de visitas” da Serra da Canastra: a Cachoeira Casca D´Anta.

Passava um pouco das oito horas da manhã quando o grupo, formado por oito cicloturistas, entrava no Parque Nacional da Serra da Canastra, pela portaria de São João Batista.

O relevo, inicialmente não apresentava maiores dificuldades sendo caracterizado por trechos planos, sucedidos por descidas e subidas normalmente curtas. O solo é bastante pedregoso e, por se tratar de época de estiagem, estava presente uma camada de areia fina que, apesar de bem solta, praticamente não levantava poeira quando as bikes passavam.

Com relevo favorável e temperatura amena, pedalar no “platô” foi tranqüilo e logo o grupo venceu os pouco mais de trinta quilômetros, até a parte alta da Casca D´Anta, onde fizemos breve parada para descanso e para nos refrescarmos, nas águas do Rio são Francisco.

Como o objetivo deste primeiro dia era visitar a parte baixa da cachoeira Casca D´Anta era preciso descer o paredão da serra, através de uma trilha de intermináveis três quilômetros.

Na descida da serra pela trilha foram gastas mais de três horas, pois pedalar ali era impossível e mesmo caminhar, ora empurrando, ora carregando as bikes, exigia enorme esforço físico.

Vencida a trilha que parecia não ter fim nos deparamos com uma das mais belas imagens das terras mineiras, a grandiosa Casca D´Anta, uma linda cachoeira, de onde as águas do “Velho Chico” se precipitam de mais de cento e trinta metros de altura, possibilitando uma paisagem impossível de se apagar da memória.

Cumprida a meta do primeiro dia, era preciso seguir viagem agora à procura de um lugar onde dormir, afinal o sol já caminhava rumo ao seu poente, e a noite se aproximava.

Após breve refeição em um restaurante localizado próximo à uma das entradas do parque, o grupo seguiu rumo ao distrito de São José do Barreiro, tendo sempre ao fundo a imagem imponente da Casca D`Anta, que impressionava, mesmo há quilômetros de distância.

Já era noite quando o grupo chegou a São José do Barreiro, sendo que metade ficou nesta cidade, e outros quatro cicloturistas, ainda com muita energia e disposição, resolveram pedalar até a próxima cidade, a bela Vargem Bonita.

Segundo dia: O São Francisco, a subida quilométrica em São Roque de Minas e o retorno a São João Batista:

Segundo dia de viagem e mesmo antes dos primeiro raios de sol darem suas boas vindas, a turma que ficou em S. J. do Barreiro desafiava o frio da serra e já partia rumo a Vargem Bonita, para reunir o grupo novamente.

Neste trecho merece destaque o rio São Francisco, ainda com pequeno volume d´água, serpenteando as cercanias da serra, em paisagem natural de rara beleza.

Vencidos os pouco mais de quinze quilômetros até Vargem Bonita, e novamente reunido o grupo, partimos rumo a São Roque de Minas, último ponto de apoio e de abastecimento (de água e alimentos), antes de novamente encarar a Canastra.

Até São Roque o relevo foi igualmente tranqüilo, sem dificuldades. Condição perfeita para a contemplação dos paredões da Canastra.

Chegando a São Roque, a turma providenciou água e alimentos, afinal, dali até São João Batista seriam mais de cinqüenta quilômetros, boa parte deles com pesadas subidas.

Deixando São Roque, e partindo rumo ao ponto de partida da viagem, o que impressiona é a visão da Serra, com seus paredões altíssimos, cobertos por vegetação rasteira, o chamado cerrado de altitude.

A subida de São Roque até a portaria do Parque tem pouco mais de oito quilômetros, mas a variação altimétrica é de cerca de trezentos metros, o que torna este trecho desafiador a qualquer praticante do mountain bike.

Vencida aquela subida quilométrica o grupo novamente entra no Parque Nacional da Serra da Canastra, e segue em direção a São João Batista, ponto de partida e de chegada.

Merece destaque, no caminho de volta, a nascente do Rio São Francisco, o chamado rio da integração nacional, parada obrigatória para todos aqueles que visitam a Serra da Canastra.

Já no anoitecer daquele domingo, o grupo regressava a São João Batista, com a sensação de satisfação que só quem conheceu, contemplou e experimentou as belezas da Serra da Canastra pode descrever.

Pedalar pela Serra da Canastra numa expedição de cicloturismo serviu para reforçar o amor pelo ciclismo, e firmar a convicção de que a bicicleta pode nos proporcionar um turismo divertido, prazeroso e diversificado.

Notas:
1 - Participantes: Adriana, Alberto Cabral, Hugo Cesar, João Mutton, Marcelo Rodrigues, Marco, Marco Aurélio e Wálber.
2 - Leia mais sobre esta e outras viagens de cicloturismo em http://www.grupotrilheiro.cjb.net/. Para dicas e sugestões de roteiros para cicloturismo na região do Triângulo Mineiro, envie um e-mail: http://br.mc461.mail.yahoo.com/mc/compose?to=grupotrilheiro@yahoo.com.br e http://br.mc461.mail.yahoo.com/mc/compose?to=grupotrilheiro@hotmail.com .
3 - Texto de Hugo Cesar Amaral, fotografias de Marco P. P. Oliveira.


Publicado na Revista Pedal, edição n.52, outubro/2008, pg.12-13.


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