Aproximam-se as eleições municipais e muitos potenciais candidatos estão na expectativa de colocar o bloco na rua com vistas a alcançar o almejado cargo de prefeito.
Hugo Cesar Amaral
Blog dedicado à publicação de nossos escritos acerca de assuntos diversos, com enfoque especial em política, direito e atualidades, bem como para divulgação de informações gerais de interesse do autor do blog, aí incluídos rock, F-1, ciclismo, ambientalismo etc etc.
terça-feira, 20 de fevereiro de 2024
Prefeito, um cargo para corajosos!
sábado, 4 de novembro de 2023
Grandes brasileiros: Milton Santos
Nunca exerceu a advocacia ou outras atividades relacionadas ao Direito, tendo dedicado sua vida ao estudo da Geografia. Doutorou-se nesta ciência em 1958, na Universidade de Estrasburgo, na França.
Seus estudos e sua concepção da geografia expõem uma abordagem particular, dando relevo a temas como a importância e influência do território para as pessoas, aprofundando-se em temas até então não abordados na geografia urbana. O espaço, em sua análise, não é neutro, sendo construído socialmente.
Teceu estudos questionadores sobre o capitalismo e sobre globalização, tendo defendido que a geografia fosse crítica, apta a analisar as desigualdades sociais e espaciais. Era crítico ferrenho do processo de globalização, que na sua visão agravava desigualdades entre países e regiões. Neste aspecto, atribui-se ao grande geógrafo a fala de que “antigamente as grandes nações mandavam seus exércitos conquistar territórios e o nome disso era colonização. Hoje as grandes nações mandam suas multinacionais conquistar mercados e o nome disso é globalização“.
Defendia que o desenvolvimento não se baseasse apenas no progresso econômico, mas especialmente na melhoria das condições de vida das pessoas.
Milton Santos foi um escritor prolífico, sendo autor de aproximadamente quarenta obras, muitas delas verdadeiros clássicos do estudo da geografia no Brasil.
É amplamente considerado o maior geógrafo brasileiro, tendo ministrado aulas em diversos países, sendo agraciado com o título de doutor honoris causa em quase duas dezenas de universidades, brasileiras e estrangeiras.
Em 1994 a Milton Santos foi atribuído o Prêmio Vautrin Lud, o qual é conferido por universidades de cinquenta países e corresponde à mais alta honraria da área da geografia (equivalente a um Prêmio Nobel). Ele foi o primeiro e único geógrafo da América Latina a ter ganhado o prêmio em questão.
A obra de Milton Santos merece ser visitada, não apenas pelos estudiosos da geografia, mas por todos aqueles que desejarem ampliar o senso crítico sobre temas como urbanização, espaço urbano, capitalismo e globalização.
Este grande intelectual, que orgulha a todos brasileiros, faleceu em São Paulo, em 2001, tendo deixado obra relevantíssima para o desenvolvimento de uma visão humanitária, e não meramente descritiva, dos objetos de estudo desta ciência chamada geografia.
Publicado no Blog "Uberlândia Hoje", do jornalista Ivan Santos, em 07/11/2023.
quarta-feira, 1 de novembro de 2023
Grandes brasileiros: César Lattes
Cesare Mansueto Giulio Lattes foi um físico brasileiro nascido em Curitiba, em 1924.
Mais conhecido como César Lattes, este grande cientista desenvolveu avançados estudos sobre partículas subatômicas, em especial o méson pi.
Estas partículas já haviam sido previstas teoricamente pelo físico japonês Hideki Yukawa (ganhador do prêmio Nobel de Física de 1949) no início da década de 1930, porém somente em 1947, em Bristol, na Inglaterra, o jovem físico brasileiro Cesar Lattes, integrando o grupo de Cecil Frank Powell e Giuseppe Occhialini, conseguiu observar estas partículas pela primeira vez por meio de um método fotográfico desenvolvido pelo próprio Lattes, reunindo conhecimentos e estudos de outros cientistas da equipe.
A visualização da partícula correspondia à comprovação da teoria formulada pelo japonês Yukawa na década anterior.
Em 1950 Cecil Frank Powell foi agraciado com o Prêmio Nobel de Física por “seu desenvolvimento do método fotográfico de estudo dos processos nucleares e suas descobertas em relação a mésons feitas com este método”.
Mesmo tendo destacada atuação na pesquisa e tendo escrito o primeiro artigo sobre o méson pi, o qual foi publicado na consagrada revista “Nature” o jovem César Lattes não recebeu o título pois até 1960 o Comitê do Nobel agraciava apenas o líder do grupo de pesquisas, tendo portanto Cecil Powell recebido o prêmio. Lattes foi ainda indicado ao Nobel inúmeras vezes, ao longo da década de 1950.
Já no fim de sua vida, em entrevista para a revista Superinteressante, Lattes expôs sua visão sobre a “perda” do Nobel, onde pode ser notado um leve sentimento de injustiça porém em sua altivez conclui o físico “deixa isso para lá, esses prêmios grandiosos não ajudam a ciência.”
Cesar Lattes faleceu em 2005, aos oitenta anos, sendo amplamente reconhecido como um dos maiores cientistas brasileiros, figurando como um dos principais responsáveis pela criação do CNPQ – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e pela modernização da física no Brasil. A plataforma que arquiva os dados curriculares de pesquisadores e cientistas brasileiros tem o nome Lattes, em homenagem a este importante físico.
Embora no Brasil seu nome não seja popular fora do âmbito da física e dos estudos das pesquisas sobre partículas subatômicas César Lattes há de ser festejado como um grande brasileiro que em muito contribuiu para o avanço científico e que só não figura como ganhador de um Prêmio Nobel face às regras da premiação.
Nobel à parte, a genialidade e a contribuição do brasileiro Lattes para a ciência são inegáveis.
Artigo publicado no Blog Uberlândia Hoje, em 01/11/2023 (https://www.uberlandiahoje.com.br/2023/11/01/grandes-brasileiros-cesar-lattes/)
quinta-feira, 11 de novembro de 2021
Moro candidato
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021
Moro e Dallagnol
Os diálogos travados por aplicativo de mensagem pelo ex-juiz federal Sr. Sérgio Moro, o qual julgava as ações penais desencadeadas no bojo da operação Lava Jato, e o então procurador que presidia a Força Tarefa, Sr. Deltan Dallagnol, são dignos de causar enjoo até mesmo em quem não milita na seara forense.
Absurda e imperdoável a proximidade entre o magistrado e o acusador os quais, ao que tudo indica, trabalharam conjuntamente sobretudo no encalço do ex-presidente Lula.
Juiz sem imparcialidade envergonha o Judiciário, macula todos os processos que julga e coloca-os sob o risco de anulação completa.
Quem critica a proximidade de Moro e Dallagnol tem sido apedrejado por muitos, sob o argumento de que é defensor de criminoso. Mas é preciso não deixar passar sem a aprofundada análise esta situação lamentável promovida pelo juiz e pelo famoso representante do MPF.
Os corruptos investigados durante a Operação Lava Jato devem ser punidos severamente, mas que esta punição nasça de um julgador imparcial. Sem imparcialidade não há Justiça!
Estranha-nos, no entanto, o fato de que até agora nenhum procedimento tenha sido instaurado para investigar as condutas de Moro e Dallagnol.
Quanto mais se analisam os diálogos, mais estupefatos ficamos.
sexta-feira, 2 de outubro de 2020
A vaga no STF
A sucessão dos ministros do Supremo Tribunal Federal sempre toma conta dos noticiários jurídicos e mesmo na mídia comum na época de sua ocorrência.
O ministro Celso de Mello, decano
da corte, se aposentará em meados de outubro, antecipando-se à aposentadoria
compulsória e seguindo a linha um tanto quanto repetitiva e pouco original de
outros debates sobre o tema assistimos pulular teses sobre os prós e contras
deste ou daquele nome, sobre as imperfeições do método de escolha dos novos
ministros, sobre as ideologias e bandeiras que deverá ostentar o escolhido etc.
Pondo termo a alguns debates
sobre o assunto o presidente Bolsonaro indicou o desembargador federal Kassio Nunes
ao STF. Oriundo da advocacia e erigido ao TRF-1 pelo quinto constitucional o
nome de Nunes foi recebido com alguma surpresa nos meios jurídico e político.
Mas não objetivamos falar sobre o
eleito, ao qual desejamos sorte.
Embora seja mais fácil escrever
sobre o presidente em tom de crítica, dada a suas ações quase irracionais,
temos que no caso das polêmicas atinentes ao provimento das vagas no STF o
presidente há de ser respeitado em suas escolhas, ainda que algum aspecto
ideológico tenha sido levado em conta na conduta profissional do indicado.
Pessoas tem opiniões jurídicas e
políticas e se a forma de pensar do indicado amolda-se ao que preconiza o
presidente é direito seu sugerir o nome. Conservador ou progressista,
evangélico, católico, de outra religião ou mesmo sem religião, o fato é que o
escolhido tem seus sentimentos e ao se ver investido da competência judicante
na mais alta corte da nação não abandonará sua ideologia, suas vivências e seus
princípios, os quais o influenciarão na árdua tarefa de interpretar a
Constituição.
quinta-feira, 1 de outubro de 2020
Bolsonaro e o meio ambiente
A Constituição Federal de 1.988 é muito clara ao estabelecer em seu artigo 225 que “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”
O texto normativo cria um direito para as gerações atuais, que se valem dos recursos do ambiente, bem como para as gerações futuras, que deverão receber o meio ambiente em condições de assegurar a qualidade de vida.
É notória a má vontade do Sr. Jair Bolsonaro com os temas ambientais e não tenhamos dúvidas de que, se pudesse, o folclórico presidente proporia a revogação do indispensável artigo 225.
Porém mesmo neste cenário jurídico em que existe uma normatização constitucional explícita no sentido de se exigir do Poder Público e da coletividade a defesa e preservação do meio ambiente o atual presidente tem adotado, em discursos e ações, postura que tem contribuído para a deterioração de grandes biomas, com destaque para o Pantanal e a Amazônia que sofrem com queimadas e, esta última, com desmatamento crescente.
O Sr. Bolsonaro adota, diante de situações cientificamente aferíveis, um discurso negacionista, afirmando que os incêndios e o desmatamento sempre existiram. Se esquece o chefe do Executivo que sob seu governo houve intenso agravamento tanto na quantidade de focos de incêndio, como de extensão de áreas desmatadas.
Mesmo neste cenário de degradação intensa e vultosa de biomas tão relevantes o presidente Bolsonaro reduz para o ano de 2021 os orçamentos de Ibama e ICMBio. Os dois órgãos citados, mesmo antes da redução de seus orçamentos, gastavam anualmente menos de um terço do despendido com a manutenção do nosso majestoso Congresso Nacional.
Exigir do presidente que sejam zerados o desmatamento e os focos de incêndio foge à lógica, pois há desmatamento legalizado e incêndios decorrentes de causas naturais. O impacto destas ações e fatos naturais sobre o meio ambiente são, por óbvio, infinitas vezes menos danosos que a omissão perniciosa do governo em se empenhar em um controle rígido do desmatamento e no combate aos incêndios e punição aos criminosos que os provocam.
Recentemente o Ministro Salles colocou em prática a providência, exposta naquela reunião ministerial insana ocorrida em abril deste ano, de aproveitar a atenção com a pandemia e revogar medidas protetivas ao ambiente. O destemido ministro Salles, certamente um orgulho para Bolsonaro, revogou duas resoluções do Conama sobre proteção de manguezais e restingas, sendo a vigência destas normas restabelecida pelo Judiciário, com fundamento no art. 225 da Constituição.
Diante desta mentalidade retrógrada do presidente e de seu discurso negacionista temos a sociedade civil organizada a fiscalizar as ações e omissões deletérias ao ambiente e o Judiciário a trazer o Executivo à realidade de se dever cumprir a Constituição Federal. Isto porém não bastará e teremos retrocessos graves na proteção ambiental, infelizmente!