O ano de 2.020 marca o fim da
segunda década deste século XXI e nele vivenciamos um resumo das inúmeras
crises, percalços e desilusões pelas quais passamos nestes dez últimos anos,
com acentuadas crises nos âmbitos econômico e político-institucional.
Com efeito, o fato de maior
relevo no início desta década foi a eleição da primeira mulher para o posto
máximo do Executivo federal. Em 1/1/2011 a Sra. Dilma Rousseff assumia o posto
máximo da nação, ao se tornar a primeira mulher presidente do Brasil.
Dilma teve um governo tumultuado,
em que não conseguiu dialogar com o parlamento e nem manter o nível de
progresso econômico vivenciado pelo seu antecessor Lula.
Dilma vivenciou momentos críticos
em sua primeira gestão, notadamente no ano de 2.013, onde milhões foram às
ruas, em um levante popular sem precedentes no Brasil, mas que não atingiu
resultado prático algum, sobretudo por não ter um pleito concreto e preciso a
ser almejado.
Em 2014 o Brasil recebe a Copa do
Mundo sob fortes críticas, outrora inimagináveis no país do futebol, críticas
estas dirigidas sobretudo aos gastos imorais com o evento e aos rumores (muitos
deles confirmados) de existência de esquemas de corrupção na questionável
instituição Fifa.
Em 2014 o Brasil assistiu ao
início da Operação Lava Jato, que identificou alguns dos maiores esquemas de
corrupção no âmbito federal, levando à cadeia lideranças políticas e
empresariais de relevo, com destaques para o ex-presidente Lula, que ficou mais
de um ano preso na sede da Polícia Federal em Curitiba. A Lava Jato tem o
mérito de haver identificado grandioso esquema de corrupção, mas pesam sobre a
operação críticas severas, sobretudo a algumas condutas do Dr. Moro que
propiciou vazamentos estratégicos de áudios e documentos e tinha uma
proximidade suspeitíssima com os membros do MPF que trabalhavam na operação.
Ao final de 2014 Dilma vence em
eleição apertada o Sr. Aécio Neves, assegurando ao PT o quarto mandato
consecutivo à frente da presidência da República. Sem suporte político adequado
e apresentado um governo sem rumo definido Dilma sofre processo de impeachment
em 2016, sendo sucedida pelo vice Michel Temer.
Temer tem um governo curto e sem
grandes progressos, não tendo conseguido aprovar a Reforma da Previdência,
necessária segundo ele para a retomada do desenvolvimento. Sobre este
mandatário pairavam igualmente suspeitas de corrupção, tendo sido preso
preventivamente em 2019.
Em 2018, em um processo eleitoral
marcado pelo esgotamento da esquerda e da direita tradicionais, assistimos à
ascensão de Jair Bolsonaro ao poder máximo do executivo nacional, com a bandeira
do combate à corrupção.
Chega o ano de 2020 e vivenciamos
um governo instável, que não encontra um rumo e um vírus originado na China
coloca todo o planeta em uma onda de temor e de incertezas.
Creio seja radical nominarmos de
perdida alguma década, mas as sucessivas crises e instabilidades vivenciadas
pelo Brasil nos âmbitos político, social e econômicos cooperam para tolher o
progresso sustentável do Brasil. A primeira década deste século foi promissora,
dado o grande desenvolvimento econômico vivenciado, sobretudo na segunda metade
da década.
A seu turno, no período 2011-2020
o Brasil não se encontrou em termos políticos e econômicos, e assistimos ao
findar da década com séria preocupação sobre a continuidade do governo
Bolsonaro e com os reflexos, em nossas vidas e na economia, da pandemia do
Covid-19.
Mas, apesar de tudo, permaneçamos
com otimismo, afinal somos brasileiros.
Publicado no blog "Uberlândia Hoje", do jornalista Ivan Santos, em 29.04.2020.
Publicado no blog "Uberlândia Hoje", do jornalista Ivan Santos, em 29.04.2020.
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