O Brasil vive no último
quinquênio um período de grandes tribulações políticas e econômicas.
Enquanto na seara da economia
caminhamos para uma estabilidade e um sutil crescimento, no âmbito político
estamos muito distantes de uma calmaria.
A confirmação da condenação do
ex-presidente Lula em segunda instância e a sua posterior prisão proporcionaram
óbices jurídicos que nem magistrados com habilidades de malabaristas poderão
afastar. Com este quadro, aquele que se apontava como fortíssimo candidato à
vitória no pleito de outubro hoje é uma carta fora do baralho.
Exsurge a questão: quem figurará
como o forte candidato ao Planalto? Ou haverá mais de um pretendente que
despontará na briga pelo cargo máximo da República?
Ainda que um famoso candidato com
passado no Exército tenha liderado as projeções sem Lula acreditamos que a
dispersão de votos do petista preso, aliada ao ainda grande contingente de
eleitores indecisos não permite desenhar um quadro fidedigno de como ficará o
cenário eleitoral vindouro.
As pesquisas apontam para margens
pequenas de distância entre os possíveis candidatos, o que demonstra a absoluta
indefinição do processo. A verdade é que todos os nomes que se colocaram na
disputa têm alguma fragilidade ou deficiência em seu discurso ou histórico que
retiram força da candidatura, contribuindo para este quadro de indefinição.
Bolsonaro adota um discurso
radical que ao mesmo tempo atrai apaixonados, por outro afugenta milhões.
Alckmin sofre com suspeitas de participação em esquemas de corrupção. Marina
Silva, assim como Lula, tem uma legião de fiéis eleitores, mas precisaria
angariar um significativo contingente de eleitores dentre os de seus
adversários para sonhar com a vitória. Ciro Gomes sofre com a pecha de
destemperado e explosivo. Michel Temer é o presidente mais rejeitado da
história, e nem deveria se candidatar. Henrique Meirelles é o pai intelectual
da reforma da previdência, e não precisamos falar mais nada. E por aí vai.
Associa-se a este cenário a
desilusão do brasileiro com a velha política. A Operação Lava Jato expôs as
podres entranhas do exercício do poder político no Brasil e colocou em
descrédito nomes da velha guarda, como os acima citados.
Diante de todas as ponderações
acima fica a questão se não seria o momento de um outsider ascender à
presidência?
O termo outsider designa aqueles
candidatos que, mesmo não sendo do meio político, lançam seu nome ao pleito e,
em algumas ocasiões, obtém a vitória. Exemplos históricos não faltam. Em 1.989
o apresentador Sílvio Santos tentou lançar sua candidatura à presidência, mas
foi barrado por razões jurídicas. Recentemente o humorista Tiririca mostrou que
outsiders podem causar impacto em um processo eleitoral.
Nos EUA, por exemplo, o ator
Arnold Schwarzenegger elegeu-se governador da Califórnia e o atual presidente
americano Donald Trump, é um outsider.
No Brasil os nomes de dois
outsiders repercutiram no cenário eleitoral de 2.018. O apresentador Luciano
Huck figurou como potencial candidato durante bom tempo, tendo agora abdicado
de se lançar ao Planalto. Por outro lado, um nome já aventado há muito tempo,
mas cuja candidatura ainda é uma incógnita tem ganhado força e viabilidade
conforme as últimas pesquisas. Trata-se do ex-ministro do STF Joaquim Barbosa.
Ainda é cedo para se aferir o
poder do nome do aposentado magistrado, porém nunca o ambiente político foi tão
favorável a um outsider como o que hoje vivemos. Praticamente nada se sabe
sobre as ideias e projetos de Barbosa para as diversas áreas da administração estatal,
porém o seu perfil altivo, combativo e independente e sua história sem máculas
quanto a envolvimentos em corrupção encerram virtudes ultravaliosas aos
brasileiros que almejam por um novo país e por uma nova política.
Não seria fácil a um outsider desbancar
as velhas raposas da política nacional. Mas se algum candidato de fora do jogo
tiver de ganhar, talvez 2018 seja o momento perfeito.
Parabéns pelo belo texto que elucida o momento pelo qual temos passado. Que possa haver reflexão, para que não se faça escolhas erradas.
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