A presidenta da República Dilma Roussef caminha para o final de seu mandato vivenciando sua pior fase desde que ascendeu ao cargo máximo do Executivo Federal.
A inflação infelizmente tem se mostrado cada vez mais persistente, as previsões de crescimento econômico tem sido reiteradamente revistas para baixo, a produção industrial patina demonstrando o quanto ainda somos dependentes do agronegócio e da extração mineral, a outrora grandiosa Petrobrás não sai do noticiário político, ora pelo seu absurdo endividamento, ora pela suspeitas de corrupção, hábeis a justificar a instauração de uma CPI no Senado. No Congresso Nacional, Dilma se ressente de fraturas na base de apoio e flerta com derrotas em votações relevantes.
Dilma subiu à presidência navegando em mares calmos. Em 2011 o país ainda apresentava índices razoáveis de crescimento e os indicadores econômicos eram mais favoráveis. Até mesmo revistas de economia internacionais apresentavam o Brasil enquanto um país economicamente promissor, onde se poderia investir de olhos fechados.
Os anos se passaram e nenhuma providência concreta foi dada no sentido de promover reformas necessárias ao desenvolvimento deste país. A tributação continua a sufocar diversos setores da economia, o aparelho estatal continua pesado e ineficiente, a propalada reforma política foi sepultada, enfim, nenhuma medida efetiva foi liderada pela Senhora Dilma em seu traumático mandato.
As eleições se aproximam e o retumbante fracasso de Dilma, aliado à queda vertiginosa de sua aprovação popular, acendem o sinal vermelho no projeto político do partido a que pertence nossa presidenta. Fala-se, em um tom de cada vez maior certeza e segurança, que o cenário político tornou a outrora certa reeleição de Dilma numa possibilidade seriamente ameaçada, nem tanto pelos nomes da oposição, mas sim pelo enfraquecimento do nome da presidenta junto ao povo que há bem pouco tempo a brindava com mais de oitenta por cento de aprovação.
A CPI da Petrobrás, que muito em breve iniciará seus trabalhos no Senado Federal, pode ser o golpe final na carreira política de Dilma, obrigando o partido dos trabalhadores a convocar o poderoso candidato reserva que mandou e demandou por oito anos, o Sr. Lula da Silva. A CPI, embora possa prestar úteis serviços à nação, esclarecendo sobretudo a razão de uma empresa outrora valorizada comercialmente estar hoje dentre as mais endividadas do mundo, explorará ao extremo a participação de Dilma na compra de uma refinaria de petróleo em solo americano, numa tentativa de tributar à então Ministra da Casa Civil a autoria de uma negociação que trouxe um prejuízo à estatal de mais de 1 bilhão de dólares.
Particularmente acreditava em outro desfecho para o mandato de Dilma. Imaginava que seu perfil técnico poderia trazer evolução para as instituições administrativas e políticas brasileiras. Ocorre que diante da grandiosidade e diversidade de problemas e desafios que assolam nosso país Dilma apequenou-se, adotou uma postura compassiva, sem esboçar o espírito de estadista e de líder que se espera de quem ocupa o Palácio do Planalto.
Dilma será no futuro lembrada apenas como a primeira mulher a ocupar a presidência, pois seu modestíssimo legado nada de positivo deixará para o futuro.
Publicado na edição de 30.04.2014 do Jornal da Manhã, de Uberaba/MG.
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